quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dobra e flutter echo

Retardos de 20 a 80ms - Dobra e flutter echo

Acima de 20ms, os ouvidos mantêm a sensação de direção mas ja percebem nitidamente dois sons separados.

Já não percebem os cancelamentos, pois os “dentes” do pente jã estão tão próximos que os ouvidos fazem a integração do espectro.

No entanto,os retardos ainda são muitos pequenos para que palavras ou mesmo sílabas sejam repetidas, portanto ainda não setem a sensação de eco. Este fenômeno, muito apropriadamente, é chamado de dobra do som. Em projetos acústicos, é considerado um erro sério, pois compromete a inlegibilidade do som. No entanto pode-se usar artificialmente a dobra como efeito sonoro, dando a impressão, por exemplo, de duas pessoas cantando juntas. John Lennon usou bastante esse efeito, tanto com os Beatles como em sua carreira solo. Não confunda, porém, a dobra artificial com a dobra de gravação, quando o cantor grava mais de uma vez a mesma voz - como Paul McCartney ou Rita Lee.

Flutter echo
Quando estamos entre duas paredes paralelas, reflexivas e próximas, qualquer som produzido ali será muitas vezes “rebatido” entre as duas paredes, numa rápida e feia sucessão de dobras. Este sério defeito acústico é denominado flutter echo. É tão que nem como efeito artificialmente é utilizado. Para evitar o surgimento de flutter echo, é necessário que pelo menos uma das paredes não seja reflexiva (pode ser absorvedora ou boa difusora), ou então que as paredes não sejam paralelas nem quase paralelas. Ou tudo isso.
Eco
Quando o atraso ultrapassa os 80ms, já podemos claramente ouvir a repetição de silabas e, indo mais acima, até de palavras inteiras. Este popular fenômeno é o eco, e pode ser muito bonito na natureza - por exemplo, entre montanhas. Usado artificialmente com moderação, também pode ser muito agradável. Uma interessante técnica, por exemplo, é usar um tempo de atraso sincronizado com o compasso da música, como na música Us and Them, do Pink Floyd


O eco repetitivo se origina da mesma forma que o flutter echo, porém entre distâncias muito maiores. Com isto, o nível das reflexões é muito mais baixo, e o efeito mais suave.

O eco artificial hoje é facilmente obtido usando retardo digital. No passado, obtinha-se o clássico “eco de fita” realimentando-se suavemente a saída de um gravador de fita para sua entrada. Como a fita leva um certo tempo para se mover entre a cabeça gravadora e a cabeça reprodutora, seu sinal de saída é atrasado de uma fração de segundo, produzindo um retardo do som. Sendo este som novamente aplicado á entrada, ele se repete várias antes de desaparecer, criando um efeito de eco repetitivo. Isto foi muito usado pelos locutores na “na era do radio” e por vários guitarristas de sucesso. No Brasil, merece ser citada a antiga gravação de O Milionário, com o conjunto Os Incríveis, em que a guitarra-solo apresenta forte dose de eco de fita.


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